26 de mar. de 2009

Euforia


Mar e vento incandescente nascentes
Nas ondas quentes acariciando meus pés,
O teu corpo velado e inundado pelo luar
Nessa visão surreal me virando ao revés
E despertando esta emoção louca e carnal

Não preciso te olhar para em mim te sentir,
Esse delírio cru que emana de dentro de ti,
Usufruíndo deste desejo nu, solto e liberto
Que desliza do meu corpo, livre e disperso
Como o mais delirante de todos os versos

Teu absínto fiél e implacável se dissipando
No meu sangue bêbado desse teu veneno,
Nessa minha pele revestida pelas tuas mãos
E na perfeita comunhão entre brisa e vento
Marcando o início entre o pecado e o anseio

Intensidade dançante neste tûmulo do langor
Donde por cada caricia doada e desvendada,
O louco torpor se desfaz no calíce do amor
Vertendo esse seu pleno sabor de mel e licor
Nos corpos entorpecidos e finalmente saciados

Desejo carnal no fogo delinquente e alucinante
Se libertando na perfeita simêtria deste incendio
Ameaçando despedaçar-nos no seu pleno ser e,
No antro obscuro e sensual da poesia e alquíma
Nos fomentando no manto do prazer e da euforia

Salomé
"Sintonia e Magia"

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