26 de mar. de 2009
Filha da LUA
Oh!... Mãe de todas as mães,
Nessa tua imensa e ciente realeza
Te entrego este meu infiel coração,
Curando essa sua cruel incerteza
Que o plagia com a sua dura frieza
Nascida da tua imensidão,
De ti herdei a tua mais nobre pureza
Que verteu em mim essa tua firmeza,
Necessária à minha plena preparação
Para as tristezas dessa louca plateia
Herdeira das tuas comoções,
Navego num mar imenso e sedente
De densas emoções e contradições,
Lutando para um dia me encontrar
Na teia desta trilha chamada de Vida
Essência somente e não presença,
Vejo o mundo através do teu olhar,
Esse físico não existente que falece
E padece no amplo manto da alquímia
Donde somos eterna e síngela energia
Ausente no meu próprio ambiente,
Sou o vertente delinquente do sonho,
Sou o espelho sombrío do pesadelo,
O dia e a noite, o presente e o passado,
Um ser complexo por vezes sem anexo
No calendário lunar, sou filha da Lua,
Sou verso que rege e prosa que tumultua,
Meu corpo foi marcado por o signo da cruz
Encubrindo o segredo que em mim reluz e,
Apenas entregue ao que saberá me pregar
Paixões dela eu herdei e guardei,
No seu olhar descobri o seu amante o mar
E a ele me rendi, corpo e coração sem omissão
Na plena certeza que aí meu insaciavel deleite
Seria aceite no leito da nossa indefinivel criação
Sou Napeia e Nereida... filha da Lua.
Salomé Todos os direitos reservados ao Autor
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