26 de mar. de 2009


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Setembro de 2009, para mais informações e
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Euforia


Mar e vento incandescente nascentes
Nas ondas quentes acariciando meus pés,
O teu corpo velado e inundado pelo luar
Nessa visão surreal me virando ao revés
E despertando esta emoção louca e carnal

Não preciso te olhar para em mim te sentir,
Esse delírio cru que emana de dentro de ti,
Usufruíndo deste desejo nu, solto e liberto
Que desliza do meu corpo, livre e disperso
Como o mais delirante de todos os versos

Teu absínto fiél e implacável se dissipando
No meu sangue bêbado desse teu veneno,
Nessa minha pele revestida pelas tuas mãos
E na perfeita comunhão entre brisa e vento
Marcando o início entre o pecado e o anseio

Intensidade dançante neste tûmulo do langor
Donde por cada caricia doada e desvendada,
O louco torpor se desfaz no calíce do amor
Vertendo esse seu pleno sabor de mel e licor
Nos corpos entorpecidos e finalmente saciados

Desejo carnal no fogo delinquente e alucinante
Se libertando na perfeita simêtria deste incendio
Ameaçando despedaçar-nos no seu pleno ser e,
No antro obscuro e sensual da poesia e alquíma
Nos fomentando no manto do prazer e da euforia

Salomé
"Sintonia e Magia"

Todos os Direitos reservados ao Autor

O silencio do Adeus



Lindo amigo que me ensinou a viver
Hoje me despeço desse eu e você,
Nos confins deste ultimo anoitecer,
Nosso caminho chegou ao seu fim!

Quase cinco anos de infinita melodia
Donde eu conheci a magia do amor,
E donde eu aprendi a ser e a querer
Neste nosso mundo de doce candor

Você me mostrou esse infinito mundo
Donde a emoção ainda vive e existe,
Muito além da sintética paixão e longe
dessa escuridão da qual me resgatou

Mas na clareza desta nossa alquímia,
Você falhou em substítuir a fantasia
Neste existir ao além da minha poesia,
Me ofertando esta fria e lenta tristeza

Meu fiél amigo, hoje eu enterro a magia
Deste meu síngelo e vero amor por você
Porque não tem mais nenhum sentido
Eu correr atrás dum fulgor que virou mito

E hoje neste ultimo verso eu te confesso,
Que foi você e somente você que amei,
Você, a emoção que foi e sempre será,
Nesta minha confissão que jamais ouvirá

"Por tantas palavras ditas mas não faladas,
Por esse beijo sonhado mas jamais dado,
E por o olhar que sempre quiz ver e trocar,
Esse silêncio, já que hoje parámos de viver."


Salomé
Todos os Direitos Reservados ao Autor

O mundo existe entre o vento e o mar...
Um espaço livre e infinito, que nem o tempo pode medir
já que ele é não existente...

Primeiro Amor


No meio de folhas rasgadas,
De cadernos abismados
E de várias cartas manchadas,
Á inocente idade dos oito anos
O descobri aí me sussurando,
Um mundo de pura felicidade e
Pela primeira vez me enamorei!

Os anos voaram, os 20 entraram,
No abismo de cada sua prosa,
O amor e saudade em dupla dosa,
Aos poucos foram me enfeitiçando
No escuro de cada sua alcova
Me chamando a sentir e a amar,
Me perdendo nessa sua imensidão
E na emoção contida do seu olhar

A rebeldia e ousadia aplacada,
Pela douçura de cada seu verso
No pleno deleito dessa vã loucura
Deslizando sob o leito que em mim
Ele soubes construír e almejar,
E no derrame do mais doce mel
Ecoando nas palavras deslizando
E acariciando cada pedaço de pele
Na mais insaciavel das sensações,
Semente da minha primeira paixão
Naquela prima Ode ao ardor e a dor,
Inspiração desse meu grande amor.

O tempo caminhou e o 30 chegou
Entre as síngelas noite de solidão,
O olhar perdido no indefinível mar,
Meu coração o procurou e o sonhou,
Vendo-o ali sentado ao meu lado
Escrevendo e recitando a sua poesia,
Eu docemente o olhando e amando,
Perdida na contemplação da magia
Vertendo da essência da sua presença;
O mundo desaparecia e o nós aparecia
No alento desse seu sopro cantando,
A perfeita harmonia entre voz e vento
Me levando nas asas da sofreguidão.

"Neruda, simplesmente e eternamente Neruda,
Será que aos 40 ainda vou te amar?"

Salomé
Series "Os Mestres"
Todos os direitos reservados ao Autor

Filha da LUA


Oh!... Mãe de todas as mães,
Nessa tua imensa e ciente realeza
Te entrego este meu infiel coração,
Curando essa sua cruel incerteza
Que o plagia com a sua dura frieza

Nascida da tua imensidão,
De ti herdei a tua mais nobre pureza
Que verteu em mim essa tua firmeza,
Necessária à minha plena preparação
Para as tristezas dessa louca plateia

Herdeira das tuas comoções,
Navego num mar imenso e sedente
De densas emoções e contradições,
Lutando para um dia me encontrar
Na teia desta trilha chamada de Vida

Essência somente e não presença,
Vejo o mundo através do teu olhar,
Esse físico não existente que falece
E padece no amplo manto da alquímia
Donde somos eterna e síngela energia

Ausente no meu próprio ambiente,
Sou o vertente delinquente do sonho,
Sou o espelho sombrío do pesadelo,
O dia e a noite, o presente e o passado,
Um ser complexo por vezes sem anexo

No calendário lunar, sou filha da Lua,
Sou verso que rege e prosa que tumultua,
Meu corpo foi marcado por o signo da cruz
Encubrindo o segredo que em mim reluz e,
Apenas entregue ao que saberá me pregar

Paixões dela eu herdei e guardei,
No seu olhar descobri o seu amante o mar
E a ele me rendi, corpo e coração sem omissão
Na plena certeza que aí meu insaciavel deleite
Seria aceite no leito da nossa indefinivel criação

Sou Napeia e Nereida... filha da Lua.

Salomé
Todos os direitos reservados ao Autor